KALIMERA GREECE | K A R K O V A

KALIMERA GREECE

Depois do deslumbramento com Ksamil estava na hora de seguir viagem para a Grécia. Tinha tudo para ser uma viagem tranquila e sem sobressaltos mas não foi. Fomos de autocarro do centro de Sarandë até à fronteira, passámos a fronteira a pé e, pela informação que nos tinham dado, haveria um autocarro do lado grego para a cidade mais próxima, Igoumenista, dai seguíamos para Patras e depois para Kyllini onde teríamos de apanhar um ferry para a tão desejada ilha de Zakynthos. O plano seria alugarmos um carro durante dois dias e disfrutarmos da ilha. Mesmo a termos em conta as distâncias e os horários disponíveis bateu tudo ao lado.

A fim de agilizar o tempo que tínhamos e visto ser época baixa decidimos voar entre as ilhas, os barcos iam-nos consumir tempo precioso.Os voos com alguma antecedência, cerca de um mês, foram baratos num país onde os transportes são caríssimos

Os problemas começaram logo na fronteira grega, havia uma paragem mas não havia horários. Pode vir ou não, diziam os policias. Sentei-me no passeio à espera do autocarro já a pensar no plano B. Podemos ir à boleia até lá. Assim que penso nisto e vou dizer à Catarina, os carros da Albânia para a Grécia deixaram de aparecer. Ao fim de algum tempo, um senhor aproximou-se e disse que ia chamar um táxi para a cidade e se queríamos partilhar com ele, já estava a ficar atrasado para o barco.
Aceitámos, não tínhamos alternativa.

O taxista deixou-nos na avenida perto do estação de autocarros. Quando lá chegámos comprámos o bilhete para Patras, caríssimo (cerca de 30 euros para uma viagem de 3h30), e percebemos que as contas estavam complicadas. Eram 16h30 e não teríamos maneira de chegar nesse dia à ilha. Comecei a ficar nervosa, Chegámos a Patras à 00h e fomos ''largadas'' num descampado perto da ponte que liga à cidade. A única luz que lá havia vinha de uma roulotte de farturas. Ficámos a olhar uma para a outra sem saber se havíamos de rir ou chorar. Apanhámos um táxi para o centro da cidade. No caminho procurámos um hotel, merecíamos um quarto só para nós e um bom pequeno almoço no dia seguinte. Pelas reviews percebemos que estava muito bem localizado, ficava perto da estação de autocarros que nos levaria ao porto de Kyllini. Mas afinal não era bem ali. Andámos cerca de 10 minutos de mochila às costas e encontrámos um escritório onde vendiam os bilhetes do autocarro e do ferry.

Eram 14h quando chegámos a Zakynthos. A senhora do nosso alojamento foi nos buscar ao porto e deu-nos uma má noticia. Estávamos nos dias que antecediam a Páscoa e está tudo fechado. ''Mas queriamos um carro, infelizmente só conseguimos chegar agora e amanhã já temos o voo para Atenas, já que perdemos a hipotese de percorrer a ilha toda, pelo menos queremos ver a famosa Navagio Beach'' ''Vou fazer uns telefonemas e ver o que consigo fazer, agora descansem um pouco''

Fomos para o apartamento que ficava numa zona mais alta e tínhamos uma vista espectacular para a praia. Relaxámos. Com apenas meio dia para aproveitar a ilha, tínhamos de conseguir ver, pelo menos, o que nos levou até esta ilha jónica.

''Consegui um bom negócio, posso mandar vir o carro?'' ''CLARO''.
Eram 15h30 quando começámos a percorrer a ilha, fomos directas ao nosso objectivo que ficava do outro lado da ilha. Não havia tempo a perder.

Quando chegámos ao miradouro, aproximei-me devagar. E se o azul não fosse como nas fotografias ? E se afinal ,todo este trabalho foi para nada pois a praia é apenas mais uma com um barco encalhado? E se? E se? Ai, não aguento uma desilusão, não hoje. Estava neste estado de ansiedade quando a olhar para a direita começo a ver o azul mais INACREDITÁVEL. Grito pela Catarina para se despachar. Aproximo-me da grade e, confesso, as lágrimas começaram a correram. Parecia que estava a ver o mar pela primeira vez. Nem dei pela chegada da Catarina, só a ouvi dizer: Mas o que é isto? Olhei para ela de boca aberta e começámos a rir às gargalhadas. Incríveeeeel.

Ao nosso lado estavam um grupo de rapazes gregos que nos disseram para irmos pela direita, pelo caminho de terra. Ali ao fundo a vista é incrível. Fomos.
Sem conseguir tirar os olhos da paisagem seguimos o caminho até à ponta, onde jazia um pequeno tributo a alguém que por lá faleceu. Ficamos por ali durante algum tempo, a apreciar a vista arrebatadora. 

Não tivemos tempo para mais nada naquela ilha mas a vista de Navagio Beach valeu todo o esforço. Quero voltar com tempo mais quente e com tempo para parar em todas as praias e fazer o passeio de barco.

Na manhã seguinte, apanhámos o voo para Atenas.
Foi apenas uma noite pois na manhã seguinte voávamos para Milos.
A minha ilha grega preferida.














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K.

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