
Assim como Mostar, Kotor é destino de um dia para quem vem de Dubrovnik (e não só). A cidade em si não precisa de mais, mas a paisagem montenegrina merece uma imersão. Nós aproveitámos para conhecer Kotor quando estávamos em rota para o Kosovo.
A parte boa de viajar de autocarro durante o dia é podermos estar atentas ao que se passa lá fora, à paisagem e ao movimento. Os 92 quilómetros que separam Dubrovnik e Kotor são encantadores. Vamos paralelos a toda uma paisagem que nos arrebata a cada curva. E não estou a exagerar. Apesar da chuva e do tempo cinzento, à medida que descíamos em direcção a Montenegro o tempo ficava menos cinzento.
Uma fronteira rápida e o caminho continua a ser paralelo à água. As montanhas abraçam a paisagem, a cor da água é azul e verde. Senti aquele friozinho na barriga, como quem diz isto vai ser bom. O caminho faz-se com algumas paragens mas isso não nos importou, neste caso, o caminho é a felicidade.
Chegadas a Kotor, deixámos a mochila numa espécie de sala de bagagens da estação rodoviária e perguntámos a que horas era o autocarro para Podgorica nesse mesmo dia. Era de hora a hora.
Estava na altura de explorar um novo território.
Entrámos na cidadela pela Porta do Mar, a entrada principal. Logo ai é possível perceber a graça desta cidade medieval bem preservada. Cheia de pracinhas, ruelas, casas de pedra, igrejas ortodoxa e cristã, palácios do século XVII, restaurantes e lojas de antiguidades. Mas não se enganem, é bem turística. A cidade foi projectada em triângulo e é cercada por muros de 4,5km de extensão.
O nosso plano era subir ao cimo da montanha por trás da cidade e lá de cima apreciar a vista espectacular. No fundo, era essa paisagem que nos levou até lá. E só depois percorrer a cidade.
Começámos a caminhar e encontrámos a Catedral de São Tryphon, do ano 1166, um dos principais pontos da cidade. Seguimos em busca do inicio da escadaria. São cerca de 1400 degraus num caminho irregular e cansativo. Contudo é possível ir descansando e tirando fotografias.
O destino final é o Forte Sveti Ivan, de onde a paisagem é inesquecível.
Vale a pena todo o esforço.
Não é Catarina? haha (Ela foi-me amaldiçoando até à quinta geração mas desfez a maldição assim que viu a paisagem)
A vista da baía e da cidade de Kotor é maravilhosa. Transmite um sem fim de sensações e aproveitámos para agradecer ao Universo. A paisagem, as viagens, a vida.
Os fiordes de Montenegro são os únicos no Sul da Europa. É considerado fiorde quando há uma grande entrada de mar, neste caso o Adriático, entre altas montanhas rochosas. Esta Baía e a cidade de Kotor são património natural, histórico e cultural da Unesco desde 1979.
É oficial, somos as papa-património da Unesco.
Depois de contemplarmos a paisagem voltámos à cidade. Percorremo-la de uma ponta à outra, perdemo-nos nas lojas de antiguidades, comemos uma bela sopa numa esplanada escondida, entrámos em todas as igrejas, encontrámos poços centenários e muralhas. Disfrutámos muito do nosso tempo naquela cidade histórica.
Apesar de ter gostado da cidade e ter ficado apaixonada pela paisagem, senti-me “desiludida”. Mas a culpa foi minha e das minhas expectativas. Sem saber porquê nem como sempre achei que em Montenegro se vivia muito bem. Se isso não se nota dentro da cidade amuralhada, cá fora é perceptível que é um país pobre. Não sei onde fui buscar a ideia mas estava enganada.
Apesar disso, a voltar, voltaria para visitar os parques nacionais. É um país pequenino mas com uma diversidade enorme em paisagens, actividades e o preço é razoável (mais para o baixo).
A meio da tarde decidimos que estava na hora de seguir viagem para Podgorica e daí para um dos países mais peculiares da nossa viagem: Kosovo.
(A caminho da capital passámos por Budva, uma cidade que é altamente conhecida pelas festas, basicamente a Albufeira lá do sítio. Quando a vimos suspirámos de alívio em não ter combinado ficar lá, teria sido um grande desperdício de tempo.)



























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i heart you.
K.