Depois
da desilusão de Búzios, pensei que a América do Sul tinha sido uma
péssima ideia e devia ter ido para as águas quentinhas da Ásia.
Mas quando entrei no barco para a Ilha Grande algo me disse que talvez
pudesse mudar o meu sentimento pesado em relação a tudo. Assim que
cheguei comecei à procura de um hostel barato para largar a mochila
e voar para a praia enquanto rezava para que a água fosse mais
quentinha. Negociei um quarto numa pousada e continuei a rezar a todos os santos
que conheço, de todas as religiões. BINGO. A água era quentinha
(atenção, nada como a ásia) e estava um fim de tarde fantástico.
Perfeito!
Olá brasil, olá américa do sul.
Ao
falar com o Tiago, o dono da pousada, fiquei a saber que só ao fazer
uma tour - volta à ilha - é que conseguia ir às praias mais
bonitas. Mas que podia fazer o trekking de duas horas na selva para
chegar à praia, à melhor de todas e a mais paradisíaca, Lopes Mendes. Na manhã
seguinte acordei tarde e apanhei um táxi-boat para a praia e em vez
das duas/três horas de caminhada reduzi para 20 minutos. Caminhei
numa selva cheia de macaquinhos nas árvores e mosquitos. Valeu a
pena quando cheguei à praia. Areal gigante, areia branca e fina, mar
azul-lindo, palmeiras em vez de chapéus. Caminhei outros vinte
minutos com os pés dentro de água até escolher o meu spot. Muito
bom!! Ao fim da tarde voltei para o hostel, fui comer crepes com
limão e açúcar (remember cambodja, hahah) e comprar a tal tour
para o dia seguinte conhecer os spots mais incríveis da Ilha Grande.
Esta ilha encantou-me com o seu jeito calmo e fiquei com a certeza
que a minha cena são mesmo praias paradisíacas. Foram uns
dias a nadar em águas incríveis, em praias lindas de morrer mas
ainda não foi desta que tive um encontro aquático com tartarugas! O
snorkeling também foi bastante fraquinho.
Conheci
gente maravilhosa e até me queriam vender um barco ahah. Para acabar
em beleza, fui a uma festa bastante badalada. Caipirinhas x música
brasileira. Mas acabou em beleza não pela festa em si mas pelo caminho a voltar para o hostel - sempre ouvi dizer que a felicidade era um caminho não um destino. A ilha não tem estradas, são caminhos de areia. A luz era pouca e de vez em quando apareciam-me uns caranguejos de pinças no ar com vontade de lutar. Mas a minha felicidade não estava na areia, estava no céu. Quando olhei para cima vi o céu mais estrelado e íncrível que alguma vez vi na vida. E foi um nirvana daqueles! Não tenho fotos, só imagens na minha cabeça e no coração. Sabem a sensação de felicidade tão grande que podiam rebentar? Se não rebentei andei lá perto. LINDO LINDO LINDO.
Ainda
estava no Rio quando encontrei um livro de bolso do famoso Amyr Klink
– Entre o céu e o mar- que fala precisamente da fabulosa Ilha
Grande, foi uma excelente companhia nos dias que lá estive.
Apesar
de me sentir no paraíso, foi na viagem de ônibus de Angra dos Reis
para Paraty que me senti em viagem. Sentei-me num banco com um
brasileiro e fomos a falar sobre a zona e a vida durante muito tempo.
Foi a segunda vez nesta viagem que me senti leve. Ainda nessa viagem
conheci uma espanhola e uma alemã - completamente fãs de Portugal,
fizeram erasmus em Lisboa - super boa onda e partilhámos ideias
sobre lugares e coisas a fazer. Encontrei-as mais tarde na praia em Trindade.
Adorei
Paraty, completa novela brasileira da minha infância. As ruas, as
porcelanas, as cores espalhadas por janelas e portas. E Trindade!!!
Oh Trindade. Uma pequena aldeia com uma vibe super cool, super hippie
a 40 minutos de Paraty. Praias paradisíacas, com trilhas na selva e
cachoeiras (que não alcancei). Por aqui perdi-me e deixei o tempo
passar bem devagar, se pudesse tinha-o parado para que durasse uma
eternidade.
Daqui
apanhei um ônibus para São Paulo - onde estava a chover, onde me
tentaram roubar o telemóvel, onde comi pão de queijo até rebentar,
onde adormeci em cima da mochila (cheia de confiança) e onde o
desespero das horas não passarem me levou a comprar havaianas
(minimalista?! está na hora de rever alguns conceitos ahah) - onde
tinha uma ligação para Iguaçu.
Não tenho tantas fotografias para vos mostrar como queria pois já estavam guardadas no computador.
As Cataratas merecem um post só para elas!
O teu blogue é provavelmente a melhor pagina da internet :)
ResponderEliminarObrigada por este post, adorei!
xoxo
Aaaaw Sara!! Obrigada. Fico feliz que tenhas gostado :)
EliminarImagens com alma, verdadeiramente inspiradoras.
ResponderEliminarP.f. não desista do blogue!! :)
Um beijinho,
Bé